"Eu acompanhei, no início dos anos 80, na Suíça e no Canadá, o movimento do reconhecimento dos adquiridos; (reconnaissance des acquis). Na altura, foram sobretudo os teóricos da educação e da pedagogia de adultos, em diálogo com certas correntes da sociologia do trabalho, que se bateram por esta ideia. Houve críticas muito fortes, em particular nos círculos mais influenciados pelas teorias do capital humano, que viam nestas tendências uma desvalorização do conhecimento escolar, formal. Hoje, são justamente estas correntes que se apropriaram da bandeira dos RVCC, transformando-a num instrumento político. É o que está a acontecer em Portugal.
Permita-me que cite uma petição lançada recentemente por Alberto Melo, na qual se critica a adulteração dos princípios fundadores do Sistema de RVCC, pondo em causa a sua missão essencial, minando a sua eficácia e comprometendo gravemente o valor social dos diplomas por ele emitidos. Os promotores da petição consideram mesmo que as metodologias e os princípios orientadores que sempre estiveram na base do funcionamento do sistema de RVCC parecem hoje definitivamente postos de parte ou secundarizados pela política actual."
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