(a) a escola reproduz a racionalidade inerente ao sistema capitalista, pois impele ao consumo interminável de produtos empacotados (currículos), sendo a principal reprodutora das necessidades de consumo (actualmente a sua versão é a aprendizagem ao longo da vida); constrói expectativas de valor e não de uso (a acumulação de diplomas e certificados são moeda de troca no mercado de trabalho); estabelece paralelismos entre currículos, impelindo ao consumo do supérfluo; mede resultados; padroniza comportamentos, aprisiona a imaginação e a autonomia, pois exige o tempo integral e todas as energias dos seus alunos.
(b) os professores estão sobrecarregados de funções, são administradores, orientadores e mestres; confundem aquisição de aprendizagens, com comportamentos padronizados e domesticação do verdadeiro e falso; adoptam papéis contraditórios entre o guardião do saber, o moralista do certo e do errado e o terapeuta/investigador da vida pessoal dos alunos, com o objectivo de ajudá-los a tornarem-se um determinado tipo de pessoas.
Illich, I. (1985). Sociedade sem escolas. Petropólis: Vozes.
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