Determinadas posições discursivas de celebração da pós-modernidade contribuíram para o surgimento de um discurso conceptual metamorfoseado. Sendo assim, os discursos políticos tanto de direita como da esquerda socialista passaram a adoptar um discurso ambíguo no que diz respeito à cidadania, empregabilidade, competitividade, desenvolvimento económico e as relações (ambíguas) entre tais conceitos, a coesão social e o papel do Estado.
ontudo, o resultado das eleições em Portugal (ano passado) e na Inglaterra (ontem) levam-nos a levantar a hipótese de que o cidadão comum deixou de se interessar por um consenso ao centro como salvaguarda da democracia, devido a fenómenos complexos, mas cuja causa parece residir na gestão danosa tanto dos bens públicos, pelos responsáveis políticos, como dos bens privados, pelos gestores de topo. A crise económica de 2008, os danos provocados à economia pelos distintos actores do poder (económico e político) e as suas relações conflituais provocaram uma descrença generalizada na desregulação dos mercados e nas suas práticas insultuosas para a maior parte dos cidadãos do mundo e nos discursos manipulatórios de certa comunicação social, bem como da não responsabilização de políticos, economistas e gestores das suas práticas. Sendo assim, estamos perante a constituição de um outro paradigma da representatividade da governação, a votação em partidos minoritários, sinal dos cidadãos de que os partidos (minoritários) deverão acautelar a democracia e fiscalizar as práticas dos partidos do governo?
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