"De facto, da mesma forma que o conhecimento, como apropriação intelectual das forças e das leis que regem a natureza e a sociedade, permitiria às sociedades humanas um crescente domínio sobre os processos naturais e sociais, conduzindo mesmo à possibilidade de direcionar a história (como se torna particularmente evidente, por exemplo, em algumas perspectivas marxistas da acção política), também o indivíduo no seu desenvolvimento veria o mundo e a sua acção sobre ele “limpo” de forças mágicas, ocultas e impossíveis de manipular.
O conhecimento racional forneceria aos indivíduos um potencial de consciência, de acção sobre o mundo e de cidadania que como que o tornaria em senhor do seu próprio destino. Este optimismo surge particularmente evidente em Hegel, que assume que a própria liberdade individual encontra a sua realização máxima na figura do cidadão, isto é, no indivíduo enquadrado pelo Estado, dado que é aí “onde
a liberdade adquire a sua objectividade e vive a sua própria realização”
(Hegel, 1965, p. 11)."
Questões:
Se as forças mágicas, ocultas e impossíveis de manipular foram (hipoteticamente) arredadas da sociedade, então como poderemos interpretar as forças mágicas (invisíveis, numa primeira fase) que (aparentemente) parecem criar factos nos meios de comunicação social.
Hipótese de trabalho:
Os meios de comunicação social são, actualmente, as grandes fontes de manipulação da opinião pública e, consequentemente, a alavanca/impulso do capitalismo (revivendo a sua sede constante de inovação e, consequente, criando factos que contribuem para as novas fontes de lucro?);
Ou será antes o espírito pragmático do capitalista que contribui para a transformação de ideias globais (veiculadas pelos meios de comunicação social) em práticas eficazes;
Então se os meios de comunicação social são, como sugere Chomsky, uma fonte inesgotável de pressões (não conspirativas) em todos os domínios da actividade humana (económica, social, política e cultural) serão estas pressões que "oferecem" novas oportunidades de negócio?;
Desta forma parece-nos que a única forma de os cidadãos se tornarem emancipados e conscientes numa sociedade cada vez mais competitiva é constituirem redes sociais que transformem as suas lutas em vozes activas (no sentido de pressão) nos meios de comunicação social.
Título: Educação de Adultos, Cidadania e Empregabilidade: Oportunidades e Desafios na Sociedade em Rede
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