Leio, leio, leio, mas persiste uma dúvida miudinha instalada na minha cabeça, e não sai.
Lemos por distintos motivos.
Um deles poderá ser este: realizar um trabalho científico.
Para tal deveremos rever a literatura do campo escolhido.
Percorremos, por isso, fases distintas.
Na fase inicial persiste uma sensação de ignorância e de pressão inevitável para alcançar metas, tendo em conta o conhecimento disponível na área.
Na fase seguinte persiste a tarefa de seleccionar, da informação disponível escolher a que se adequa aos conceitos e problematização em debate e escrever, citando as fontes.
Ainda durante esta fase e quando a escrita já atingiu um volume considerável, a dúvida começou a instalar-se: qual a relevância deste trabalho para o campo em questão?
Com outras explanações:
Será que andamos todos a dizer o mesmo?
Até que ponto valerá a pena repetir, rever e papaguear algo já suficientemente mastigado por outros?
Para que serve este trabalho?
Lançou luzes sobre a temática?
É possível ser clarividente depois de ter a cabeça tão cheia de informação?
Estarei a interpretar de forma correcta o conhecimento proporcionado por outros?
Teremos consciência das consequências que poderão advir para a educação quando uma determinada teoria aspiracional alcança a prática e se transforma numa política pública?
Ouço alguns pensamentos gritando: basta de ingenuidades, tudo isto faz parte do processo.
Franzo as ideias, fecho o texto e continuo a minha tarefa.
Não sem uma pitada de insatisfação.
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